4 de novembro de 2010

Marketing

Marketing: Como esta ciência é utilizada nas campanhas eleitorais?


Para entender melhor qual o papel, o impacto e a importância do marketing numa campanha eleitoral, faremos uma breve apresentação do assunto para apresentá-lo a vocês!


Marketing político pode ser definido como um conjunto de técnicas e procedimentos que têm como objetivos adequar um candidato ao seu eleitorado potencial, procurando fazê-lo, num primeiro momento, conhecido do maior número de eleitores possível e, em seguida, mostrando-o diferente de seus adversários (obviamente melhor do que eles). Figueiredo (1994)


Para Marcelo O. Coutinho de Lima (2002), marketing político é o conjunto de atividades que visa garantir a maior adesão possível a uma idéia ou a uma causa, que pode ou não ser encarnada na figura de uma pessoa, normalmente um político. Para que os candidatos tenham o melhor desempenho possível nas urnas, há um grande número de processos e técnicas envolvidos, ao qual se denomina Marketing Eleitoral: um momento específico e importante do marketing político.

Portanto, analisando os textos e os conceitos dos autores percebe-se que, a principal diferença entre os dois conceitos é a quantidade do recurso “tempo”. O marketing eleitoral está relacionado e se aplica integralmente à eleição, onde o tempo é limitado e o objetivo principal é angariar o maior número de votos para ganhar a eleição. Já o marketing político é relacionado à gestão pública onde o tempo é muito maior, pois é voltado para a construção e preservação de uma imagem a longo prazo e de uma visão mais ampla sobre o candidato, a carreira política, o partido político e a aprovação popular para o posicionamento de uma imagem.


Por: Eveline Costa









Após esta introdução científica gostariamos de apresentar o novo Colunista de Marketing do Blog Gestão Eleitoral, Maurílio Santos Jr. Administrador, Consultor e Sócio-Empreendedor da Isto é Brasil Marketing & Comunicação. Introduziu no mercado o conceito marketing brasileiro, uma metodologia a partir da formação econômica e cultural do povo brasileiro. www.mauriliosantosjr.com.br




Começamos estreiando o artigo:


Conceitos Distorcidos


Nunca houve uma valorização tão forte por profissionais de marketing como hoje no segmento político do Brasil.

Os marketeiros viraram peças fundamentais para as estratégias de campanhas dos políticos e partidos.

Mas existe uma grande confusão de conceitos profissionais na área do marketing político apresentado na mídia, ou seja, a confusão entre o que são profissionais publicitários x profissionais de marketing.


Definição de Publicidade: Atividade profissional dedicada a difusão de idéias associadas a empresas, produtos ou serviços, especificadamente propaganda comercial.


Definição de Marketing: é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valores para os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado. (AMA - American Marketing Association - Nova definição de 2005).


Duda Mendonça – Profissão: Publicitário.

Este profissional é o mais requisitado no mercado de marketing político. Foi responsável pela campanha do Presidente Lula em (2002), Paulo Maluf para Prefeitura de SP (1992), Reeleição da Marta Suplicy na Prefeitura de SP (2004), Ciro Gomes (2006), Paulo Skaf (2010) ...


Observando as definições acadêmicas entre a diferença de publicidade e marketing, vemos logo que a maioria dos profissionais não são marketeiros, mas sim publicitários.


O que assistimos hoje são esforços para o comercial do produto (candidato) através das Mídias: TV, Rádio e Mídia Impressa.

Desenvolvem redações, slogans, cenários para promover a mercadoria humana na figura do candidato.


O que eu vejo hoje é uma reversão de valores conceituais e uma aplicação errada da ciência sobre este mercado.

O candidato não deveria ser o produto, mas sim o vendedor. Mas quem são os produtos ?

Se de acordo com a definição de marketing é um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valores para os clientes, os produtos são as pastas do governo: Educação, Saúde, Segurança, Meio Ambiente, Cultura etc...


O que assistimos hoje são promoções pessoais e não “valores”/”projetos/estratégias” para as áreas citadas acima para os clientes (cidadãos). A disputa fica entre currículos, beleza e nível de carisma, do que soluções concretas e eficientes para o povo.


O cliente (cidadão) precisa ter suas necessidades atendidas pelos produtos educação, saúde, segurança ...


Hoje os publicitários preocupam-se em vender a figura do “palhaço”, “pai dos pobres”, “atleta do povo”,”pastor da igreja” do que a gerência dos produtos que eles irão nos oferecer, e os benefícios destes produtos.


Assim, induzem ao povo a comprarem propaganda enganosa.


Este ano Philip Kotler lançou o livro Marketing contra a pobreza. Como criar estratégias para produtos/serviços no intuito de contribuírem para a inclusão e desenvolvimento social dos países.

Esta visão é a correta, criar estratégias concretas para as áreas citadas acima em que os vendedores (candidatos) possam vender de uma forma clara, direta, estratégica, detalhada as soluções ao povo, e não jargões genéricos.


Para chegar neste ponto, precisamos rever os valores éticos profissionais, mas como este mercado remunera-se muito bem, a ética fica de lado.


Por: Maurílio Santos Jr

contato@mauriliosantosjr.com.br


Fontes:

REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Marketing político e governamental: um roteiro para campanhas políticas e estratégias de comunicação. São Paulo : Summus, 1985.

FIGUEIREDO, Rubens. O que é marketing político. São Paulo : Brasiliense, 1994.

LIMA, Marcelo O. Coutinho de. Marketing Eleitoral. VirtualBooks, Ridendo Castigat Mores, 2002.

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